terça-feira, 31 de julho de 2012

Frase do Dia!

A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.
(Friedrich Nietzsche)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Cordel - Por Daniel Cortez

Desastre de avião


Certo dia embarcaram
Numa viagem de avião
Para conhecer outro país
Participar de uma convenção
Mas a viagem durou pouco
O avião deu um pipoco
Pra desespero da tripulação
É que a peste de um urubu
Que voava despreocupado
Entrou na rota do avião
E pela turbina foi sugado
O motor não aguentou
Na mesma hora estourou
Foi pedaço pra todo lado
Fui um aperrei o da gota
Gritaria pra todo lado
O piloto saiu correndo
Pois já estava todo cagado
E o pior estava vindo
O avião estava caindo
E o destino estava selado
O avião se espatifou
Caiu no meio do oceano
Quase ninguém escapou
Foi a tragédia do ano
Mas no meio daquilo tudo
Tinha três cabras sortudo
Um brasileiro, o argentino e o americano
Esses cabras se agarraram
Num pedaço que boiava
De longe avistaram uma ilha
Que no meio do nada estava
E pra lá foram nadando
Pois estavam acreditando
Que o pior já se passava
Estamos salvos! Gritava um
Os outros se abraçavam
Foi aquela felicidade
Pois eles acreditavam
Que naquela ilha pequena
Se abrigar valia a pena
Enquanto o resgate não chegava
Foi aí que a alegria
Deu lugar ao desespero
Um bando de índio chegou
Começou o destempero
Foram logo arrudiando
E os três foram juntando
E levando prisioneiros.
Levaram para o cacique
Um sujeito mal encarado
Armado com uma lança
Facão e todo pintado
Que já ia matar os três
Com um só golpe de uma vez
Deixar tudo decapitado
Foi aí que o brasileiro
Decidiu pela vida implorar
Explicou a situação
Disse que não iam atrapalhar
E pra ficar, logo pediu
Pois estavam no avião que caiu
E que só queriam esperar
O cacique decidiu
Que eles podiam ficar
Mas com uma condição
Numa prova tinham que passar
Pois para os três peste
Tinha pensado num teste
Para eles realizar
Vocês vão entrar no mato
E então vão procurar
Uma fruta qualquer que seja
A pra mim vão entregar
Vão e voltem bem ligeiro
Pois quem chegar primeiro
O teste vai realizar
Nisso os três saíram correndo
Tendo a mata por direção
Se embrenharam no meio do mato
Que na carreira ninguém pega não
O primeiro que chegou
Foi o americano e mostrou
Uma uva em sua mão.
O cacique pra uva olhou
E ordenou ao americano
Pra enfiar no fiofó
Que fosse logo começando
E se cara de riso fizesse
É da vez que o facão desce
E a cabeça sai rolando
O americano pegou a uva
Com desgosto pra ela olhou
Levou em direção a precioso
E o procedimento começou
Mas quando encostou na rodinha
Ela estourou e fez cosquinha
E o infeliz não se aguentou
Isso foi o bastante
Para um risinho aparecer
Tá certo que foi por engano
Mas o cacique não quis saber
Desceu-lhe o facão no pescoço
E foi da vez que o pobre moço
A vida teve que perder.
Nisso vinha chegando
O brasileiro estropiado
Trazendo consigo uma pera
Conforme havia combinado
E logo que foi chegando
O cacique foi ordenando:
Enfia ou eu te mato!
Eita porra! E agora?!
Lamentou o brasileiro
Se soubesse dessa presepada
Não voltava tão ligeiro
Se pudesse adivinhar
Uma acerola ia buscar
Mas agora estou cabreiro
O brasileiro olhou para a pera
Já com o facão já encostado
Decidiu começar pelo lado saliente
Pois o resto estaria facilitado
Mas quando estava no final
Deu uma gargalhada descomunal
E também foi decapitado.
Assim que no céu chegou
Encontrou o americano
Que por ali já estava
E foi logo perguntando
E aí meu camarada
Também deu uma gargalhada
E sua cabeça saiu rolando?
Homi nem me lembre
Disso que aconteceu
Não me conformei ainda
De como a coisa procedeu
Pois a peste da uvinha
Estourou e fez cosquinha
E já sabe no que deu.
O brasileiro ainda ria
Enquanto outro lamentava
Mas foi logo questionado
Pelo americano que chorava
Que estava doido pra saber
Que fruta ele foi trazer
Que fez ele dar risada.
Não foi a pera que achei
Nem mesmo tê-la enfiado
Pois a fruta que encontrei
Até que já tinha entrado
O problema foi o argentino
E imagina esse menino
A fruta que ele tinha encontrado?
Já tinha quase acabado
Quando olhei e vi aquilo
Pois a peste do argentino
Saia do mato todo tranquilo
Não me aguentei e ri
Depois que o praga eu vi
Com uma jaca de vite quilo.
Daniel Cortez (2012)